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Importância das Coleções Científicas

      As coleções de história natural constituem acervos de componentes naturais organizados e documentados, com informações detalhadas sobre o local de procedência [1]. Entre elas, as coleções biológicas são compostas de grupos de organismos ou parte deles, preservados fora do local de origem, possuindo, também, informações de identificação. Neste cenário, as coleções naturais têm como objetivo organizar, classificar e disponibilizar dados biogeográficas e taxonômicos, além de preservar organismos que representam a biodiversidade, tornando-se de extrema relevância para o meio científico [2].

 

      Os repositórios de história natural são encontrados em diversos países, como Brasil, Argentina, Portugal e Inglaterra, e possuem, geralmente, um grande acervo de exemplares, muitas vezes com amplitude mundial [3,4,5]. Isto traz informações que permitem entender os padrões de processos naturais, o que torna as coleções relevantes núcleos de estudos sobre a biodiversidade [1,5]. Refletem, a passagem do tempo, com exemplares representantes do passado e do presente, o que permite observar alterações morfológicas das espécies [1]. De mesmo modo auxilia nos estudos que determinam padrões populacionais, como declínio das espécies e distribuição geográfica [6]. Nas coleções científicas também, podem ser encontrados organismos de espécies extintas [5,7]. Neste contexto a importância das coleções vai além do científico, auxiliando também, responder questões voltadas à sociedade, como alterações climáticas, extinção de organismos, identificações de organismos vetores e o impacto ambiental gerado, principalmente por ação antrópica, assim como possui importante material histórico [1, 6,7,8]. De forma geral, as coleções naturais, representam importantes centros de informações não só para estudos científicos, mas também para diversos profissionais que possuem contato com os seres vivos, como ambientalistas, agrônomos, médicos e farmacêuticos [5]. 

      No Brasil o primeiro museu de história natural, o Museu Nacional, foi fundado em 06 de junho de 1818 no Rio de Janeiro por D. João VI [9]. Alguns anos depois foi criado, em 1866, o Museu Paraense Emílio Goeldi, na região amazônica, no estado do Pará [10]. Na década de 1890 o Museu de Zoologia iniciou as atividades na Capital do estado de São Paulo [11]. A Coleção Entomológica Padre Jesus Santiago Moure foi fundada em 1956 e mantém suas atividades até hoje no departamento de Zoologia da UFPR, em Curitiba, Paraná. Conta com um acervo de aproximadamente 7 milhões de insetos com representantes das ordens, Coleoptera, Diptera, Hemiptera, Hymenoptera e Lepidoptera.

 

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS

 

[1] CARTAXANA, A.; MARÇAI, A.; CARVALHO, D.; LOPES, L. F. O papel das coleções de história natural no estudo e conservação de invertebrados. Ecologia, v. 7, p. 15–21, 2014.

[2] ARANDA, A. T. Coleções Biológicas: Conceitos básicos, curadoria e gestão, interface com a biodiversidade e saúde pública. , p. 45–56, 2014.

[3] GOMES, I. The natural history collection at the Lisbon Military College: tracing the history of a teaching collection. Journal of the History of Collections, v. 29, n. 3, p. 409–422. doi:10.1093/jhc/fhw036

[4] RANGEL, M. Os museus de história natural como espaço de construção do saber. , v. 17, n. 3, p. 845–848, 2010.

[5] ZAHER, H.; YOUNG, P. S. S coleções zoológicas brasileiras : panorama e desafios. Biodiversidade/artigos, v. 16, n. 2, p. 24–26, 2003.

[6] SHAFFER, H. B.; FISHER, R. N.; CARLOS, D. The role of natural history collections in documenting species declines. TREE, v. 13, n. 1, p. 27–30, 1998. 

[7] HOEKSEMA, B. W.; LAND, J. V.; MEIJ, S. E. T. V.; OFWEGEN, L. V.; REIJNEN, B. T.; SOEST, R. W. M.; VOOGD, N. J. Unforeseen importance of historical collections as baselines to determine biotic change of coral reefs: the Saba Bank case. Marine Ecology, v. 32. 2011. doi: 10.1111/j.1439-0485.2011.00434.x /

[8] BRADLEY, R. D.; BRADLEY, L. C.; GARNER, H. J.; BAKER, R. J. Assessing the Value of Natural History Collections and Addressing Issues Regarding Long-Term Growth and Care. BioScience, v. 64, n. 12, p. 1150–1158, 2014.

[9] MUSEU NACIONAL. História. Disponível em: < http://www.museunacional.ufrj.br/dir/omuseu/omuseu.html>. Acesso em: 17/11/2020

[10] MUSEU EMÍLIO GOELDI. História. Disponível em: <https://www.museu-goeldi.br/assuntos/o-museu/historia-1>. Acesso em: 19/11/2020

[11] MZUSP. História. Disponível em < http://mz.usp.br/pt/museu/historia/>. Acesso em: 19/11/2020

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